domingo, 25 de julho de 2010

Entrada do FAP torna prevenção vital para empresas

No atual estágio global da economia é indiscutível que as empresas conheçam, adotem, pratiquem e continuamente aperfeiçoem o seu modelo de gestão. Isto para que possam sobreviver em um cenário de mercados extremamente competitivos e protegidos por diversos tipos de barreiras, sejam de natureza tarifária (com forte tendência de queda em sua importância) ou impostas por exigência de sistemas de qualidade na produção de bens e serviços ou para atendimento a requisitos ambientais (madeira de origem certificada, produtos orgânicos, etc.), e, ainda, sociais (respeito à infância, às minorias raciais, ausência de acidentes de trabalho, etc.).
Para manter-se com sustentabilidade neste cenário, o modelo de gestão adotado por cada empresa, deve considerar de maneira integrada, sistêmica ou holística, as melhores práticas mundialmente concebidas e aceitas dos sistemas de Gestão da Qualidade, do Meio Ambiente e da Segurança e Saúde Ocupacional.
Enquanto a utilidade da implantação de sistemas de gestão da qualidade é, na maioria das empresas, inquestionável e os valores envolvidos considerados como investimento, o oposto ocorre quando se avalia a implantação de SGSSO (Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde Ocupa cional), considerados de resultado duvidoso e o valor envolvido em sua operação como custo.
Para sensibilizar e reposicionar as empresas sobre a importância do SGSSO para a sua lucratividade, competitividade e mesmo sobrevivência, é preciso considerar o FAP (Fator Acidentário de Prevenção). Recentemente introduzido na legislação previdenciária brasileira, como um importantíssimo indicador interno e externo do desempenho do SGSSO, o FAP, além de dar um diagnóstico detalhado sobre os eventos acidentários da empresa, também a posiciona frente aos seus concorrentes.
Visão sistêmica
A maioria dos modelos de gestão das empresas dá pouca atenção ao mundo externo à organização e à forma com que os diversos elementos que a constituem interagem uns com os outros. São enfoques que simplificam deliberadamente a administração e a organização. Há, contudo, outra forma de pensar a respeito da organização e da administração: nada é simples, tudo depende de tudo. Tudo é complexo. A complexidade é determinada pelo grande número de problemas, situações e respectivas variáveis interdependentes, normalmente presentes, em uma situação organizacional. As limitações das pessoas fazem com que tratem os problemas complexos como se fossem simples e, conseqüentemente, eles se agravam e se tornam cada vez mais difíceis de resolver. Problemas complexos demandam soluções complexas obtidas por meio do enfoque ou do pensamento sistêmico. O enfoque sistêmico se preocupa com o desempenho da organização em sua totalidade. O administrador que abordar questões de eficiência e competitividade sem considerar concomitantemente as implicações e o desempenho dos sistemas organizacionais, produção, qualidade, meio ambiente, sus­tentabilidade e SGSSO certamente estará criando problemas em vez de resolvê-los.
O conceito de sistema, elementos que interagem e se influenciam, agregados em conjuntos ou todos complexos, é o fundamento do enfoque sistêmico. Neste enfoque a Organização sustentável sob o enfoque sistêmico, mostra o universo complexo em que uma organização está inserida e as principais variáveis que devem ser consideradas na aplicação concomitante e integrada dos diversos sistemas conhecidos de gestão organiza cional (ISO 9000, ISO 14000, SA 8000, OIT 2001, OHSAS 18001, etc.). Desta forma, a organização alcançará uma posição de lucro sustentável, buscando aprimorar a qualidade de vida de seus colaboradores, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade e da economia em que está inserida.
O comportamento do sistema é avaliado por uma amostragem de seu resultado que, comparado ao indicador de desempe nho desejado, o reforça ou o modifica. Este mecanismo utilizado para o auto con trole que permite a melhoria contínua de um sistema é denominado de feedback.
O Fator Acidentário de Prevenção, objeto de recente legislação sob a responsabilidade do MPS (Ministério da Previdência Social), é um indicador de desempenho de cada empresa atuando diretamente em sua lucratividade, pois é fator de ter mi nan te dos custos diretos relacionados aos eventos acidentários. Por meio dele pode-se, além de se obter o desvio em relação ao comportamento previsto, obter a posição da organização em relação às outras empresas pertencentes ao mesmo grupo de atividade econômica.
O FAP como indicador de desempenho do SGSSO da empresa, além de refletir o resultado de outros subsiste mas de gestão, determina sua lucrati vi dade e sua po sição competitiva diante das demais empresas de seu segmento econômico.
Fonte: Revista Proteção - 01 de Julho de 2010

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