segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CAPÍTULO 1: HIGIENE DO TRABALHO 1.4 (3ª parte)

 Recomendações gerais
·         As trocas de ar de até oito vezes por hora são suficientes para remover contaminantes emitidos por ocupantes. O limite superior da faixa é recomendado para remover calor e vapor em zonas temperadas. Em climas quentes, sugere-se o dobro dos valores da tabela.
·         Se ocorrer o uso do fumo, deve-se usar o dobro do valor da tabela (G. Woods, Pratical Guide to Fao Engineering
·         Não se prevê uso de equipamento de limpeza de ar. O espaço não deve ser inferior a 150 Ft³/pessoa ou 15 Ft²/pessoa
·         O limite inferior é o mínimo e o limite superior é o recomendado (mesma referência).
Ventilação Geral Diluidora
A ventilação geral diluídora é o método de insuflar ar em um ambiente ocupacional, de exaurir ar desse ambiente, ou ambos, a fim de promover uma redução na concentração de poluentes nocivos. Essa redução ocorre pelo fato de que, ao introduzirmos ar limpo ou não poluído em um ambiente contendo certa massa de determinado poluente, faremos com que essa massa seja dispersada ou diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração desses poluentes. A primeira observação a ser feita é a de que esse método de ventilação não impede a emissão dos poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente os dilui.
A alternativa a este tipo de ventilação é a ventilação local exaustora  que capta os poluentes junto à fonte de emissão antes que sejam emitidos ao ambiente ocupacional. Este ultimo método e sempre preferível à ventilação geral diluídora, especialmente quando o objetivo do sistema de ventilação é a proteção da saúde do trabalhador.
Os objetivos de um sistema de ventilação geral diluídora podem ser:
  • Proteção da saúde do trabalhador: reduzindo a concentração de poluentes nocivos abaixo de um certo limite de tolerância.
  • Segurança do trabalhador: reduzindo a concentração de poluentes explosivos ou inflamáveis abaixo dos limites de explosividade e inflamabilidade.
  • Conforto e eficiência do trabalhador: pela manutenção da temperatura e umidade do ar do ambiente.
  • Proteção de materiais ou equipamentos: mantendo condições atmosféricas adequadas (impostas por motivos tecnológicos).
Em casos que não é possível ou não é viável a utilização de ventilação local exaustora, a ventilação geral diluídora pode ser usada.
Utilização da ventilação geral diluídora
A aplicação, com sucesso, da ventilação geral diluídora depende das seguintes condições
  • Poluente gerado não deve estar presente em quantidade que excede à que pode ser diluída com um adequado volume de ar.
  • A distancia entre os trabalhadores e o ponto de geração do poluente deve ser suficiente para assegurar que os trabalhadores não estarão expostos a concentrações médias superiores ao VLT (Valor do Limite de Tolerância)
  • A toxicidade do poluente deve ser baixa (deve ter alto VLT, Isto é, VLT > 500 ppm)
  • Poluente deve ser gerado em quantidade razoavelmente uniforme.
A ventilação geral diluídora, além de não interferir com as operações e processos industriais, é mais vantajosa que a ventilação local exaustora, nos locais de trabalho sujeitos a modificações constantes e quando as fontes geradoras de poluentes se encontrarem distribuídas no local de trabalho, mas, pode não ser vantajosa, pelo elevado custo de operação, sobretudo quando há necessidade de aquecimento do ar, nos meses de inverno; contudo, seu custo de instalação é relativamente baixo quando comparado com o da ventilação local exaustora. É conveniente a instalação de sistemas de ventilação geral diluídora quando há interesse na movimentação de grandes volumes de ar na estação quente.
Diversas razões levam a não utilização freqüente da ventilação geral diluídora para poeiras e fumos. A quantidade de material gerado é usualmente muito grande, e sua dissipação pelo ambiente é desaconselhável. Além disso, o material pode ser muito toxico, requerendo, portanto, uma excessiva quantidade de ar de diluição.
O principio usado para ventilação de diluição de contaminantes, com relação a aberturas e colocação de exaustores, é sugerido pela (American Conference of Governmental Hygienists), comparando todas as formas possíveis (Figura 4).
NORMA ACGIH - PRINCIPIOS DE VENTILAÇÃO DILUIDORA
Figura 4. Princípios de ventilação Diluidora - ACHIH.
Ventilação Local Exaustora
A ventilação local exaustora tem como objetivo principal captar os poluentes de uma fonte (gases, vapores ou poeiras toxicas) antes que os mesmos se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador. A ventilação de operações, processos e equipamentos, dos quais emanam poluentes para o ambiente, é uma importante medida de controle de riscos.
De forma indireta, a ventilação local exaustora também influi no bem-estar, na eficiência e na segurança do trabalhador, por exemplo, retirando do ambiente uma parcela do calor liberado por fontes quentes que eventualmente existam. Também no que se refere ao controle da poluição do ar da comunidade, a ventilação local exaustora tem papel importante. A fim de que os poluentes emitidos por uma fonte possam ser tratados em um equipamento de controle de poluentes (filtros, lavadoras, etc.), eles têm de ser captados e conduzidos a esses equipamentos, e isso, em grande numero de casos, é realizado por esse sistema de ventilação.
Basicamente, um esquema de instalação de um sistema de ventilação local exaustora é o seguinte.
Figura 5. Esquema de um sistema de ventilação local exaustora.
Princípios de exaustão
Um sistema de ventilação local exaustora deve ser projetado dentro dos princípios de engenharia, ou seja, de maneira a se obter maior eficiência com o menor custo possível. Por outro lado devemos lembrar sempre que, na maioria dos casos, o objetivo desse sistema é a proteção da saúde do homem; assim, este fator deve ser considerado em primeiro lugar, e todos os demais devem estar condicionados a ele.
Muitas vezes, a instalação de um sistema de ventilação local exaustara, embora bem dimensionada, pode apresentar falhas que a tornem inoperante, pela não observância de regras básicas na captação de poluentes na fonte.
O enclausuramento de operações ou processos, a direção do fluxo de ar, entre outros fatores, são condições básicas para uma boa captação e exausto dos poluentes
Como exemplo, a Figura 6, a seguir, ilustra a maneira correta de se proceder, comparada com as situações que tornam a exaustão inoperante, nos casos específicos de descarregamento de correias transportadoras e tanques de lavagem.
A ACGIH possui padrões de exausto da maioria dos processos e operações industriais, com forma e dimensões normalizadas. 




 ACGIH- PRINCIPIOS DE EXAUSTÃO
Figura 6. Princípios de exaustão - ACGIH.



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