segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CAPÍTULO 1: HIGIENE DO TRABALHO 1.5

1.1            RISCOS QUÍMICOS.

Agente químico sob o ponto de vista da Higiene é toda substância orgânica ou inorgânica, natural ou sintética que, durante a fabricação, manuseio, transporte, armazenamento ou uso, passa a agredir direta ou indiretamente o trabalhador ou contaminar a atmosfera do ambiente ocupacional, em quantidade prejudicial à saúde dos colaboradores expostos e até a sociedade aos redores da empresa.
Os diversos agentes químicos podem poluir o local de trabalho e entrar em contato com o organismo dos trabalhadores através da inalação, absorção cutânea (pele) e ingestão, podendo apresentar uma ação localizada ou serem distribuídos aos diferentes órgãos e tecidos levados pelos fluídos internos produzindo uma ação generalizada.
Nesta esfera, são muito comuns contaminações por agentes químicos através da manipulação de cigarro e alimentos, onde o colaborador acaba não realizando uma boa higienização das mãos ou até mesmo não executando os procedimentos corretos de segurança dentro do ambiente de trabalho.
As substâncias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho classificam-se segundo as suas características físico químicas em:
·         Aerodispersóides (Partículas dispersas no ar);
·         Gases e vapores (Modificam a estrutura molecular do ar).
Ambos comportam-se de maneiras diferentes, tanto a respeito do período de permanência no ar quanto as possibilidades de ingresso no organismo.
Abaixo vocês poderão visualizar a classificação destes agentes num organograma explicativo.
Vias de penetração no organismo
Os agentes químicos agressivos têm três vias de entrada no organismo humano: a via digestiva, a via percutânea (através da pele) e a via respiratória (através dos pulmões). A entrada por via digestiva faz-se através da boca e habitualmente é uma ingestão involuntária, que ocorre por acidente ou descuido. Tal pode suceder, por exemplo, quando um produto é trasvasado para outro recipiente por aspiração, ou quando é armazenado num recipiente ou local destinado a alimentos ou bebidas.
Mais comum é a ingestão de um agente químico pela boca quando, após a manipulação desse agente, se levam as mãos à boca para fumar, comer ou mesmo secar os lábios. No que toca à via percutânea, determinados produtos, principalmente os com características irritantes ou corrosivas, agem no local de contacto com a pele, as mucosas ou os olhos. A possibilidade de penetração no organismo através da pele de certos produtos pode ser muito perigosa: certos solventes orgânicos ou o benzeno, por exemplo, podem atacar severamente os rins, o fígado ou o sistema nervoso. A via de penetração mais comum é a respiratória, uma vez que os agentes poluentes podem estar misturados com o ar que respiramos como já observamos acima, penetrando nos pulmões em simultâneo com o ar inspirado. É freqüente a inspiração desses produtos em situações de manipulação de solventes, tintas ou colas. O transporte dessas substâncias pelo sangue pode causar problemas noutros órgãos, para além dos pulmões.



terça-feira, 17 de agosto de 2010

CAPÍTULO 1: HIGIENE DO TRABALHO 1.4 (5ª parte)

Ventiladores
São os responsáveis pelo fornecimento de energia ao ar, com a finalidade de movimentá-lo, quer seja em ambientes quer seja em sistema de dutos.
A função básica de um ventilador é, pois, mover uma dada quantidade de ar por um sistema de ventilação a ele conectado.
Assim o ventilador deve gerar uma pressão estática suficiente para vencer as perdas do sistema e uma pressão cinética para manter o ar em movimento.
Basicamente, há dois tipos de ventiladores: os axiais e os centrífugos, conforme a Figura 10.
a)      Axial


  • Tipo de ventilador axial.
O ventilador de hélice (Figura 10a) consiste em uma hélice montada muna armação de controle de fluxo, com o motor apoiado por suportes normalmente presos à estrutura dessa armação. O ventilador é projetado para movimentar o ar de um espaço fechado a outro a pressões estáticas relativamente baixas. O tipo de armação e posição da hélice tem influência decisiva no desempenho do ar e eficiência do próprio ventilador.
 
b) Centrífugo


 Figura 10b - tipo de ventilador centrífugo.
a)      Ventiladores centrífugos
Um ventilador centrífugo (Figura 10b) consiste em um rotor, uma carcaça de conversão de pressão e um motor. O ar entra no centro do rotor em movimento na entrada, e acelerado pelas palhetas é impulsionado da periferia do rotor para fora da abertura de descarga.
Vantagens e desvantagens
Os tipos principais de ventiladores Axiais e Centrífugos são os da Figura 11
As principais vantagens essenciais de cada tipo são dadas a seguir.
a)      Axial propulsor. É tipo mais barato para mover grandes volumes de ar a baixas pressões, sendo freqüentemente utilizado para circulação de ar ambiente. Figura abaixo.


b)      Axial comum - Possui ampla calota central, que possibilita sua utilização a pressões mais elevadas. É freqüentemente usado em ventilação de minas subterrâneas e, em algumas ocasiões, em indústrias. Nesse tipo de ventilador, a forma das pás é muito importante, e eles não devem ser usados onde haja risco de erosão e corrosão.

c)      Tubo-axial - Trata-se de um propulsor, com pás mais grossas mais largas, colocado dentro de um tubo, o que permite direta conexão como dutos.

d)      Centrífugo, pás para trás - Possui duas importantes vantagens: 1ª - apresenta maior eficiência e auto-limitação de potência. Isso significa que, se o ventilador está sendo usado em sua máxima potência, o motor não será sobrecarregado por mudanças de sistema de dutos. É um ventilador de alta eficiência e silencioso, se trabalhar num ponto adequado.


e)      Centrífugo, pás radiais - Um ventilador robusto, para movimentar efluentes com grande carga de poeira, poeiras pegajosas e corrosivas. Apresenta menores possibilidades de "afogar", sendo usado para trabalhos mais pesados. A eficiência desse tipo de ventilador é baixa, e seu funcionamento, barulhento.



f)      Centrífugo, pás para frente - Mais eficiente, tem maior capacidade exaustora a baixas velocidades, e não é adequado para trabalhos de alta pressão nem para altas cargas de poeira, apresentando problemas freqüentes de corrosão, se mal utilizado. 













CAPÍTULO 1: HIGIENE DO TRABALHO 1.4 (4ª parte)


 Captores (Coifas)
São pontos de captura de poluentes, que, dimensionados convenientemente para uma fonte poluidora, irão enclausurar parte da fonte e, com um mínimo de energia, consegue-se a entrada destes poluentes para o sistema de exaustão.
Esses captores devem induzir, na zona de emissão de poluentes, correntes de ar em velocidades tais que assegurem que os poluentes sejam carregados pelas mesmas para dentro do captor.
Em casos especiais, formas de captores devem ser desenhadas. Usualmente as dimensões do processo ou operação determinam as dimensões do captor e sua forma.
Vários tipos de captores são utilizados nas mais diversas aplicações industriais (vide Figura 7).




Figura 7. Tipos de captores (coifas)

A Figura 8, a seguir, mostra em detalhes um captor enclausurante para trabalhos com esmeris.
Para este caso, a ACGIH estabelece condições básicas, tais como dimensões em relação ao disco e vazões de ar mínimas, sendo considerado péssimo o enclausuramento quando a área do disco exposta exceder a 25%.
Evidentemente, estes valores são obtidos a partir de dados experimentais e após testes comparativos com inúmeros materiais de ensaio. 




Figura 8 - Norma para captor de disco de esmeril.

Sistema de dutos (dimensionamento)
Uma linha de dutos deverá ser instalada de acordo com o layout geral da fábrica, interligando captores ( coifas) ao sistema de coleta. Esta linha deverá ser do menor comprimento possível, a fim de minimizar a perda de carga, consumindo dessa forma menos energia. Isto significa que o sistema de coleta constituído por um exaustor-coletor deverá ser instalado o mais próximo possível dos pontos de captação ( coifas ou captores).
Para o dimensionamento de dutos e captores, bem como das singularidades ao longo deles, o projetista deverá levar em consideração as vazões necessárias para cada captor, velocidade de transporte recomendada para o trecho principal dos dutos e as devidas perdas de carga, a fim de determinar a potência do motor e ventilador, bem como das secções dos dutos.
Para tanto, a American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) e demais literaturas a respeito possuem toda a informação necessária para o cálculo das perdas de carga, expressas em milímetros ou polegadas de coluna de água. Por conveniência, podem ser adotados:

  • tubos: secção circular;
  • cotovelos: 90º
  • conexões : 30º
  • raios de curvatura: r = 2d (duas vezes o diâmetro do duto).
É desaconselhável o uso de tubos de secção retangular para sistemas de exaustão, por apresentarem cantos vivo, que facilitam a deposição de poeira, e que exigem, portanto, motor de maior potência para manter a eficiência necessária; Alan disso, haverá um maior desgaste dos dutos, implicando em freqüentes manutenções. É interessante a adoção de valores fixos (por exemplo, raio de curvatura r = 2d), o que significa que todas as curvaturas serão semelhantes, dando um aspecto arquitetônico a instalação, mesmo com pequeno acréscimo de perda de carga.
A Figura 9, a seguir, mostra uma instalação dutos interligados a um coletor e um exaustor.

Figura 9 - sistema de dutos.






segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CAPÍTULO 1: HIGIENE DO TRABALHO 1.4 (3ª parte)

 Recomendações gerais
·         As trocas de ar de até oito vezes por hora são suficientes para remover contaminantes emitidos por ocupantes. O limite superior da faixa é recomendado para remover calor e vapor em zonas temperadas. Em climas quentes, sugere-se o dobro dos valores da tabela.
·         Se ocorrer o uso do fumo, deve-se usar o dobro do valor da tabela (G. Woods, Pratical Guide to Fao Engineering
·         Não se prevê uso de equipamento de limpeza de ar. O espaço não deve ser inferior a 150 Ft³/pessoa ou 15 Ft²/pessoa
·         O limite inferior é o mínimo e o limite superior é o recomendado (mesma referência).
Ventilação Geral Diluidora
A ventilação geral diluídora é o método de insuflar ar em um ambiente ocupacional, de exaurir ar desse ambiente, ou ambos, a fim de promover uma redução na concentração de poluentes nocivos. Essa redução ocorre pelo fato de que, ao introduzirmos ar limpo ou não poluído em um ambiente contendo certa massa de determinado poluente, faremos com que essa massa seja dispersada ou diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração desses poluentes. A primeira observação a ser feita é a de que esse método de ventilação não impede a emissão dos poluentes para o ambiente de trabalho, mas simplesmente os dilui.
A alternativa a este tipo de ventilação é a ventilação local exaustora  que capta os poluentes junto à fonte de emissão antes que sejam emitidos ao ambiente ocupacional. Este ultimo método e sempre preferível à ventilação geral diluídora, especialmente quando o objetivo do sistema de ventilação é a proteção da saúde do trabalhador.
Os objetivos de um sistema de ventilação geral diluídora podem ser:
  • Proteção da saúde do trabalhador: reduzindo a concentração de poluentes nocivos abaixo de um certo limite de tolerância.
  • Segurança do trabalhador: reduzindo a concentração de poluentes explosivos ou inflamáveis abaixo dos limites de explosividade e inflamabilidade.
  • Conforto e eficiência do trabalhador: pela manutenção da temperatura e umidade do ar do ambiente.
  • Proteção de materiais ou equipamentos: mantendo condições atmosféricas adequadas (impostas por motivos tecnológicos).
Em casos que não é possível ou não é viável a utilização de ventilação local exaustora, a ventilação geral diluídora pode ser usada.
Utilização da ventilação geral diluídora
A aplicação, com sucesso, da ventilação geral diluídora depende das seguintes condições
  • Poluente gerado não deve estar presente em quantidade que excede à que pode ser diluída com um adequado volume de ar.
  • A distancia entre os trabalhadores e o ponto de geração do poluente deve ser suficiente para assegurar que os trabalhadores não estarão expostos a concentrações médias superiores ao VLT (Valor do Limite de Tolerância)
  • A toxicidade do poluente deve ser baixa (deve ter alto VLT, Isto é, VLT > 500 ppm)
  • Poluente deve ser gerado em quantidade razoavelmente uniforme.
A ventilação geral diluídora, além de não interferir com as operações e processos industriais, é mais vantajosa que a ventilação local exaustora, nos locais de trabalho sujeitos a modificações constantes e quando as fontes geradoras de poluentes se encontrarem distribuídas no local de trabalho, mas, pode não ser vantajosa, pelo elevado custo de operação, sobretudo quando há necessidade de aquecimento do ar, nos meses de inverno; contudo, seu custo de instalação é relativamente baixo quando comparado com o da ventilação local exaustora. É conveniente a instalação de sistemas de ventilação geral diluídora quando há interesse na movimentação de grandes volumes de ar na estação quente.
Diversas razões levam a não utilização freqüente da ventilação geral diluídora para poeiras e fumos. A quantidade de material gerado é usualmente muito grande, e sua dissipação pelo ambiente é desaconselhável. Além disso, o material pode ser muito toxico, requerendo, portanto, uma excessiva quantidade de ar de diluição.
O principio usado para ventilação de diluição de contaminantes, com relação a aberturas e colocação de exaustores, é sugerido pela (American Conference of Governmental Hygienists), comparando todas as formas possíveis (Figura 4).
NORMA ACGIH - PRINCIPIOS DE VENTILAÇÃO DILUIDORA
Figura 4. Princípios de ventilação Diluidora - ACHIH.
Ventilação Local Exaustora
A ventilação local exaustora tem como objetivo principal captar os poluentes de uma fonte (gases, vapores ou poeiras toxicas) antes que os mesmos se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador. A ventilação de operações, processos e equipamentos, dos quais emanam poluentes para o ambiente, é uma importante medida de controle de riscos.
De forma indireta, a ventilação local exaustora também influi no bem-estar, na eficiência e na segurança do trabalhador, por exemplo, retirando do ambiente uma parcela do calor liberado por fontes quentes que eventualmente existam. Também no que se refere ao controle da poluição do ar da comunidade, a ventilação local exaustora tem papel importante. A fim de que os poluentes emitidos por uma fonte possam ser tratados em um equipamento de controle de poluentes (filtros, lavadoras, etc.), eles têm de ser captados e conduzidos a esses equipamentos, e isso, em grande numero de casos, é realizado por esse sistema de ventilação.
Basicamente, um esquema de instalação de um sistema de ventilação local exaustora é o seguinte.
Figura 5. Esquema de um sistema de ventilação local exaustora.
Princípios de exaustão
Um sistema de ventilação local exaustora deve ser projetado dentro dos princípios de engenharia, ou seja, de maneira a se obter maior eficiência com o menor custo possível. Por outro lado devemos lembrar sempre que, na maioria dos casos, o objetivo desse sistema é a proteção da saúde do homem; assim, este fator deve ser considerado em primeiro lugar, e todos os demais devem estar condicionados a ele.
Muitas vezes, a instalação de um sistema de ventilação local exaustara, embora bem dimensionada, pode apresentar falhas que a tornem inoperante, pela não observância de regras básicas na captação de poluentes na fonte.
O enclausuramento de operações ou processos, a direção do fluxo de ar, entre outros fatores, são condições básicas para uma boa captação e exausto dos poluentes
Como exemplo, a Figura 6, a seguir, ilustra a maneira correta de se proceder, comparada com as situações que tornam a exaustão inoperante, nos casos específicos de descarregamento de correias transportadoras e tanques de lavagem.
A ACGIH possui padrões de exausto da maioria dos processos e operações industriais, com forma e dimensões normalizadas. 




 ACGIH- PRINCIPIOS DE EXAUSTÃO
Figura 6. Princípios de exaustão - ACGIH.



sábado, 14 de agosto de 2010

CAPÍTULO 1: HIGIENE DO TRABALHO 1.4 (2ª parte)

Tipos de ventilação
Os tipos de ventilação, empregados para qualquer finalidade, são assim classificados:
a)      Ventilação natural.
b)      Ventilação geral
c)       Ventilação geral para conforto térmico.
d)      Ventilação geral diluídora
e)      Ventilação local exaustora (Sistema)
 Ar condicionado
Evidentemente, o ar pode ser condicionado artificialmente. Segundo definição da American Society of Heating, Refrigeratind and Air Conditioning Engineers (ASHRAE), "ar condicionado e o processo de tratamento do ar de modo a controlar simultaneamente a temperatura, a umidade, a pureza e a distribui, para atender as necessidades do recinto condicionado", ocupado ou não pelo homem.
As aplicações do ar condicionado são inúmeras, podendo ser citadas, entre outras, as seguintes:
a) Processos de fabricação de certos produtos que devem ser feitos em recintos com umidade,
    temperatura e pureza controladas; por exemplo, fabricação de produtos farmacêuticos,
    alimentícios, impressão de cores, industrias testeis, de solventes, etc.
b) Conforto do indivíduo e produtividade.
c) Hospitais: salas de operação, salas de recuperação e quartos para tratamento de doentes
    alérgicos, etc.


Ventilação natural
 A ventilação natural é o movimento de ar num ambiente de trabalho, provocado por ventos externos e que pode ser controlado por meio de aberturas, como portas, janelas , etc.
Infiltração é o movimento do ar não controlado, de fora para dentro e de dentro para fora de um ambiente, através de frestas de janelas e portas, de paredes, pisos e forros, e por outras aberturas existentes.

Figura 1. Exemplo de circulação de ar num ambiente.
 O fluxo de ar que entra ou sai de um edifício por ventilação natural ou infiltração depende da diferença de pressão entre as partes interna e externa e da resistência ao fluxo fornecido pelas aberturas. A diferença de pressões exercida sobre o edifício pelo ar pode ser causada pelo vento ou pela diferença de densidade de ar fora e dentro do edifício. O efeito de diferença de densidade, conhecido como "efeito de chaminé", é freqüentemente o principal fator. Quando a temperatura no interior de um determinado ambiente é maior que a temperatura externa, produz-se uma pressão interna negativa e um fluxo de ar entra pelas partes inferiores, o que causa uma pressão interna positiva, e um fluxo de ar sai nas partes superiores do edifício (vide Figura 2).

Ti - Temperatura interna,
Te - Temperatura externa.
Figura 2. Circulação de ar num ambiente quando Ti >Te.
As janelas têm a vantagem de iluminar, bem como de ventilar, quando abertas. As partes moveis dessas aberturas permitem até certo ponto o controle da quantidade de ar que esta sendo movimentada; defletores podem ser usados para controlar a distribuição das correntes. As aberturas no telhado são geralmente protegidas por uma cobertura, para impedir a entrada de chuva e reversão do ar que sai. A quantidade de ar que passa através da abertura depende da diferença de temperatura interna e externa.
Regras gerais
Em resumo, os efeitos da corrente de ar num ambiente dependem: dos seguintes fatores
·         Movimento devido aos ventos externos;
·         Movimento devido á diferença de temperatura;
·         Efeito de aberturas desiguais.
 As regras gerais para construção de edifícios são:
A - Edifícios e equipamentos em geral devem ser projetados para ventilação efetiva,   independente das direções de vento.
B - Aberturas como portas, janelas, etc. não devem ser obstruídas.
C - Uma quantidade maior de ar por área total abertura é obtida usando-se áreas  iguais de aberturas de entrada saída.
Ventilação geral
 A ventilação geral é um dos métodos disponíveis para controle de um ambiente ocupacional. Consiste em movimentar o ar num ambiente através de ventiladores; também chamada ventilação mecânica.
Um ventilador pode insuflar ar num ambiente, tomando ar externo, ou exaurir ar desse mesmo ambiente para o exterior. Quando um ventilador funciona no sentido de exaurir ar de um ambiente e comumente chamado de exaustor.
Num ambiente, a pressão atmosférica comum, a insuflação e a exaustão provocam uma pequena variação da pressão (considerada desprezível). Dessa forma, a insuflação é chamada de pressão positiva e a exaustão de pressão negativa.
A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes métodos:
·         insuflação mecânica e exaustão natural;
·         insuflação natural e exaustão mecânica;
·         insuflação e exaustão mecânica.
A insuflação mecânica, ventilando ar externo num ambiente, nem sempre é recomendável, uma vez que o ar externo pode estar contaminado de impurezas, ou ainda, com temperatura e umidade relativa inadequadas.


Definições:
Vazão: Q

É um volume de ar que se deslocou num ambiente ou numa tubulação na unidade de tempo.

Sendo V o volume medido em m³ (metros cúbicos) ou Ft³ ( pés cúbicos) e o T o tempo medido em: h (hora) ou min. (minutos)
Dessa forma, a vazão de ar será medida nas unidades: m³/h (metros cúbicos por hora) ou Ft³/min (pés cúbicos por hora), também escrita sob a forma CFM (cubic feet per minute).
Velocidade: v
É a distancia percorrida por um ponto material na unidade de tempo.

Sendo d a distância medida em: m (metros) ou Ft ( pés ), e t o tempo medido em: s (segundos) ou min (minutos).
Dessa forma, as unidades de velocidade de ar será: n/s (metros por segundo) ou Ft/min o ( pés por minuto) também escrita sob a forma FPN (feet per minute)
Taxa de renovação de ar: T
Entende-se por taxa de renovação ou numero de trocas de ar num ambiente o numero de vezes que o volume de ar desse ambiente é trocado na unidade de tempo.

Sendo Q a vazão e V o volume.
A relação entre a vazão e o volume resulta em um numero que depende somente do tempo. Por exemplo, quando a vazão é expressa em m/h e o volume em m3/ h, e o volume em m³, resulta um numero T expresso por hora.
 Ventilação geral para conforto térmico
No campo da ventilação industrial e da não industrial, a ventilação destinada à de conforto térmico é das mais importantes. Neste tópico serão abordados apenas conceitos básicos sobre o assunto e serão fornecidos alguns dados preliminares para uma iniciação e elaboração de projetos, não se entrando, no entanto, nos aspectos de condicionamento de ar. Em outras palavras, serão fornecidos alguns dados de conforto ambiental, dados para cálculos de trocas (renovação), reposição e recirculação de ar em ambientes, isto é, necessidades de ventilação conforme ambientes ocupados pelo homem, bem como diminuição de fumos e odores por insuflamento de ar.
Temperaturas extremamente baixas não ocorrem com freqüência no Brasil, com exceção de alguns casos esporádicos, em algumas localidades no sul do país. Dessa forma, não nos referiremos, em parte alguma do texto, a aquecimento de ar para promoção de conforto térmico, uma vez que a simples utilização da vestimenta adequada soluciona os problemas usualmente encontrados.
Calor e conforto térmico
Aspectos gerais: o homem é um ser tropical por excelência, possuindo uma capacidade bastante desenvolvida de: transpiração. Um grande numero de indivíduos está, parte do tempo, exposto a temperatura, mais altas que a temperatura ambiente principalmente em seu ambiente ocupacional, onde uma serie de fatores climáticos e não climáticos conduzem a um ganho ou a uma menor dissipação de calor pelo organismo. A esse tipo de estímulo o organismo responde fisiologicanente, refletindo a severidade da exposição ao calor, para cujo equacionamento completo e adequado é necessário medir quantitativamente a ação do calor, bem como a resposta do organismo, correlacionando-as; essa é uma tarefa difícil em função de vários para metros intervenientes, tais como temperatura do ar, umidade relativa, calor radiante, velocidade do ar, tipo de trabalho exercido, aclimatação, roupa utilizada e outros.
Dessa forma, torna-se necessária a fixação de critérios que permitem estabelecer os limites de exposição ao calor em diferentes tipos de trabalho e a redução da exposição para respostas excessivas do organismo. Os critérios assim desenvolvidos devem levar em conta não só a resposta fisiológica, mas também a psicológica, a produtividade e a ocorrência de desordens devido ao calor.
Renovação do ar ambiente
Requisitos de ventilação: varias medidas podem ser tomadas para se evitar a exposição de pessoas a condições de alta temperatura. Por exemplo, enclausuramento e isolamento de fontes quentes, vestimentas, barreiras protetoras, diminuição do tempo de exposição, etc.
Na tabela a seguir são indicadas as relações de espaço ocupado e vazões necessárias para varias situações:
Tabela 2. Critérios sugeridos para projetos gerais de ventilação de ambientes (ASHRAE - American Society of Heating Refrigerating and Air Conditioning Engineering, Guide an Data Book).
 
Área Funcional 
 Taxa de  Renovação
(Troca por hora) 
            Ft3/min 
   por pessoa 
Hospitais (sala de anestesia)
8-12 
-
Salas de animais
 12-16 
-
Auditórios 
10-20
10 
Hospitais (salas de autopsia) 
   8-12 
10 
Padaria e confeitaria 
20-60
-
Boliches 
15-30 
30
Igrejas 
15-25 
Hospitais (salas de citoscopia) 
 8-10
20 
Salas de aula 
       10-30 
      40 
Salas de conferencia 
       25-35
 -
Corredores 
        3-10 
 -
Hospitais (salas 
        8-12 
 -
Leiterias 
        2-15 
 -
Lavagem de pratos 
       30-60 
 -
Lavagem a seco 
       20-40 
 -
Fundições 
        5-20 
 -
Ginásios 
        5-30
1,5 por pé quadrado
Garagens 
        6-10 
 -
Hospitais(salas                                                                                                hidroterapia)
        6-10 
 -
Hospitais (salas de isolamento)
        8-12 
 -
Cozinhas 
       10-30 
 -
Lavanderias 
       10-60 
 -
Bibliotecas 
       15-25 
10
Bibliotecas 
       15-25 
10
Salas de deposito 
         2-15 
 -
Pequenas oficinas 
         8-12 
 -
Hospitais (suprimentos) 
         6-10 
 -
Berçários 
       10-15 
 -
Escritórios 
        6-20 
10
Hospitais (salas de operação) 
       10-15 
 - 
10-22 
           -

Radiologia 
        6-10 
 -
Restaurantes 
        6-20 
10
Lojas 
      18-22 
10
Residências 
        5-20 
 -
Equipamentos telefônicos 
        6-10 
 -
Salas de controle de tráfego aéreo 
      10-22 
10
Toaletes 
        8-20 
 -
Soldas a arco voltaico 
      18-22 
 -



Nesta tabela foi prevista a remoção de odores corporais, nível de atividade do indivíduo, bem como remoção de calor.